15 abril, 2018

Top 5 da adaptação em um novo País


Ciao ragazzi!

Às vésperas de completar 1 ano de residência na Itália parei para pensar em quais foram as maiores dificuldades de adaptação que enfrentei até agora.

Créditos da Imagem: Disney Pixar

Alguns pontos são bem subjetivos como entender o funcionamento dos órgãos públicos, encontrar alimentos semelhantes aos que conhecemos do nosso país de origem, alugar uma casa ou comprar um carro.

Entretanto, outras situações demandam um pouco mais de tempo e empenho para, então, nos sentirmos finalmente adaptados e inseridos. São elas:

Língua
Estudar nunca é demais! Fato é que por mais que chegamos aqui com anos de estudo (o que não foi meu caso, já que estudei apenas 1 ano e meio ainda no Brasil) a fluência só se adquiri convivendo, ouvindo e falando com nativos todos os dias. Continuar estudando é fundamental, seja por conta ou em alguma escola. Na minha opinião (e isso é um parenteses bem particular aqui) não basta apenas “falar”, mas o objetivo deve ser sempre falar corretamente! Além disso, vocabulário e expressões são tão inerentes ao dia a dia que aprendemos muita coisa sem ao menos nos dar conta. De qualquer forma, acho que a língua é um dos pontos cruciais de adaptação, e aqui falamos desde o convívio com os locais até se inserir no mercado de trabalho.

Clima e Estações
Mammamia!!! Talvez uma das maiores necessidades de adaptação para quem vem de São Paulo para a Itália (ou qualquer outro país do hemisfério norte) é atravessar as mudanças de estações no primeiro ano. No verão passado, aqui na Lombardia onde moro, pegamos 42°C com sensação térmica de 52°C (um tanto quanto incomum, porém foi nosso cartão de boas-vindas aqui na Itália). Em contrapartida, tivemos 6 meses de frio, sendo 4 deles beeem frios, com temperaturas sempre no arco de -5°C até 3°C, no máximo. Como já contei AQUI, buscando alternativas corretas tudo fica mais fácil e adaptável. Mas que é difícil é! E mais: sabe aquela história que o frio nos deixa mais mal humorados? Aconteceu muito isso comigo! Hahahaha... No primeiro mês o frio é novidade, no segundo chega a neve com toda a empolgação para um nativo tropical, e no terceiro mês já estamos implorando por um solzinho. Mas ok, faz parte!


Cultura
Então você olha para um italiano no meio de uma conversa e não sabe se ele está sendo irônico, gentil, grosso ou apenas sincero! Não só com italianos, mas acredito que entender a cultura e os valores (e toda a bagagem que a população de um certo local traz consigo, milenarmente falando), é um desafio e tanto para a nossa adaptação, em qualquer local do mundo. Aqui, não se tem muito o que fazer. Não tive nenhum caso (Grazie, Dio!) muito comprometedor no que diz respeito a problemas interculturais, mas minha dica é: observe muito e fale pouco! Entenda o ponto de vista, não leve nada para o lado pessoal. Com o tempo a gente vai entendendo os valores e se adequando a eles. E sobretudo: aqui não existe o jeitinho (ou pelo menos é infinitamente menor do que estamos acostumados). Então, na dúvida, aceite a realidade e se adeque a ela.

Procedimentos Burocráticos
Como diz um amigo, país alheio, regras alheias. Penso nisso como um mantra sempre que me deparo com qualquer situação que exija um esforço nitidamente superior àquele que seria o necessário. Prepare-se para formulários em papel, procedimentos ainda pouco informatizados, órgãos públicos que não se conversam e horários de atendimento reduzidos. Usufruímos de direitos infinitamente invejáveis e não é mais que nosso dever se adequar aos procedimentos do nosso novo país. Lembre-se do mantra (país alheio, regras alheias, país alheio, regras alheias, país alheio, regras alheias) e seja feliz!

Alimentação
Sim, eu fui atrás do arroz igual ao do Brasil, do feijão igual ao do Brasil, comprei uma panela de pressão para cozinhar o feijão (muito pouco comum por aqui). Mas confesso que desisti! Estamos em um país com uma das melhores cozinhas do mundo e vindo para cá peguei um gosto enorme por cozinhar e descobrir novos sabores (Zaferano é vida!). Hoje passeamos entre risotos e massas deliciosas e aprendemos que existe vida além do arroz e feijão. Que dá saudade, claro que sim! Mas tudo é questão de adaptação e quando voltamos para o Brasil o gostinho do arroz e feijão fica ainda mais saboroso. Aqui o principal ponto de adaptação talvez seja conhecer como cozinhar certos alimentos e encontrar correspondências equivalentes àqueles que já conhecemos. Por exemplo, já que não temos requeijão optamos pelo creme de briè. E assim a vida segue, deliciosamente apetitosa!

Um beijo e alla prossima!