Ciao ragazzi!
Quero contar hoje uma curiosidade
da minha rotina que, no Brasil, ainda é diferente. Desde 1º de janeiro de 2018
passou a valer aqui na Itália a lei que prevê a obrigatoriedade da utilização
de saquinhos biodegradáveis também na área de hortifruti dos supermercados (123/2017), ao invés daqueles transparentes de plástico.
As sacolinhas normais para o
transporte das compras já são biodegradáveis há algum tempo, ou seja, se decompõe
na natureza em um curto espaço de tempo e, assim, não agridem o meio ambiente. O
consumidor é incentivado a levar suas próprias sacolas de compras reutilizáveis,
como já acontece no Brasil, com a motivação de economizar em média 0,10 centavos de euro
por sacolinha (não costumo converter, mas seria aproximadamente 0,42 centavos
de real por sacolinha, o que é de fato muita coisa!).
A questão que gerou um certo
incômodo nos consumidores é que o custo com o saquinho das verduras, frutas e
legumes passa a ser também a encargo do cliente, como já acontece com a
sacola das compras. Ao realizar o pagamento no caixa, além de pagar pelo
produto, deve-se também passar o código de barras do próprio saquinho de
plástico biodegradável.
Saquinho Biodegradável para a compra de frutas, legumes e verduras. Do lado esquerdo, o código de barras para pagamento do mesmo |
Pontos negativos
Um novo custo para o consumidor. Fazendo
uma conta básica, do meu caso que faço feira no supermercado uma vez por
semana, comprando aproximadamente oito itens entre frutas, verduras e legumes, em
um ano terei um gasto de 8,32 euros
que, apesar de baixo, até então não fazia parte do meu orçamento.
Se fizermos uma proporção desse
valor por pessoa, só de curiosidade, a minha pequena cidade por exemplo terá uma
despesa superior a 108 mil euros no
ano apenas com saquinhos biodegradáveis de hortifruti.
Claro que o assunto gerou debate
no âmbito político, com denúncias inclusive de que o fabricante de saquinhos
seria parente de políticos que defenderam a implantação da lei. Verdade é que a
prática já é realizada em outros países da Europa e como membro da União a Itália
deveria se adequar o quanto antes.
Pontos positivos
Antes de mais nada é inegável o valor
que a medida agrega à preservação do meio ambiente. Aquela história: se cada
um faz sua parte, o planeta sobreviverá para as gerações futuras.
Apesar de termos uma nova
despesa, o lado positivo é que cria-se a transparência do preço que se paga por
cada sacolinha, ou seja, o valor dos saquinhos não estará (pelo menos assim se
espera) embutido no valor dos produtos.
A lei é regulamentada e os
supermercados não podem cobrar além de 0,02 centavos de euro por cada saquinho.
Nos mercados perto da minha casa todos estão cobrando 0,01 centavo a unidade.
O consumidor pode reutilizar os saquinhos
biodegradáveis para descartar o lixo orgânico (úmido) e disponibilizar diretamente
para a coleta seletiva. Para tanto, deve-se retirar a etiqueta com o peso e
valor do alimento (que na maioria das vezes é feita de papel adesivo).
Portanto, ao visitarem a Itália, lembrem-se sempre daquele um centavinho a mais da sacolinha!
Abbraccio!!